Eu posso resumir Cidade dos Ossos em apenas uma palavra: surpreendente. Não dava nada para esse livro. Sério. Absolutamente nada (e a citação que Stephanie Meyer que fizeram questão de imprimir na capa de todos os livros da série não ajuda a formar uma boa imagem da história). Peguei os livros para ler antes que os filmes fossem lançados, e em resumo: surpreendente.

Sinopse do Skoob:

Um mundo oculto está prestes a ser revelado... Quando Clary decide ir a Nova York se divertir numa discoteca, nunca poderia imaginar que testemunharia um assassinato - muito menos um assassinato cometido por três adolescentes cobertos por tatuagens enigmáticas e brandindo armas bizarras. Clary sabe que deve chamar a polícia, mas é difícil explicar um assassinato quando o corpo desaparece e os assassinos são invisíveis para todos, menos para ela. Tão surpresa quanto assustada, Clary aceita ouvir o que os jovens têm a dizer... Uma tribo de guerreiros secreta dedicada a libertar a terra de demônios, os Caçadores das Sombras têm uma missão em nosso mundo, e Clary pode já estar mais envolvida na história do que gostaria.

(a história do primeiro livro já está um pouco apagada da minha mente porque decidi ler os três primeiros antes de fazer uma resenha, mas vamos lá)

            E se todas as histórias fossem reais? Essa é a questão que Cassandra Clare responde em Cidade dos Ossos, primeiro livro da saga Instrumentos Mortais que é distribuído no Brasil pela Editora Record.

            Clary descobre a existência dos Caçadores das Sombras, guerreiros com sangue de anjo que têm como missão matar demônios. Mas não é apenas isso. Vampiros, feiticeiros, lobisomens, fadas... Um mundo inteiro fora privado de Clary e ela de repente de vê no meio de perigos inimagináveis e criaturas fantásticas. A sua mãe foi sequestrada por demônios, e ela é obrigada a se aliar aos Caçadores de Sombras para resgatá-la. Jace, Alec, Isabelle e Hodge, no Instituto de Caçadores das Sombras de Nova York, são os personagens que a acompanham por sua empreitada. E Simon, o humano, amigo inseparável de Clary, com quem ela compartilhou toda a sua infância e mesmo que seja repetitivamente enxotado por Jace, continua a seguindo por todos os lados.

            O que há em surpreendente em Cidade dos Ossos não é a sua história. Há vários elementos ali que já foram contados antes, situações velhas, e o livro é até bastante previsível – nas grandes revelações você só para e pensa “eu tinha entendido isso 100 páginas atrás”. O que é surpreendente é o modo como a história é contata, que torna um livro de 462 páginas, com citações de Stephanie Meyer na capa, rápido de ler e gostoso de acompanhar. É surpreendente que uma história tão clichê possa ser ao mesmo tempo tão interessante. Há uma simplicidade confortável em Cidade dos Ossos. Fui fisgada pelo estilo narrativo da autora, que é rápida em suas descrições, fazendo associações divertidas e, como não podia ser diferente em um livro protagonizado por adolescentes, cheio de cenas engraçadas. Cidade dos Ossos não é um livro sério ou sombrio, como a maioria dos livros hoje em dia teimam em tentar parecer. Ele é infantil e sabe disso, o que nos poupa de páginas e mais páginas de choro e desgraça por coisas que nem são tão graves assim. Outra coisa que eu gostei bastante em como Cassandra Claire escreve são as coisas vistas por Clary: Clary desenha, logo suas descrições são enfeitadas por quesitos técnicos de sombreamento e como ela retrataria aquilo no papel. Isso vira contra o leitor quando Clary começa a descrever Jace, por quem ela fica magicamente apaixonada, e que para mim foi o que estragou um livro que poderia ter sido realmente muito bom.
On
Invadindo aqui like orkut -n
            Eu sou o Pablo e vou aproveitar a resenha de Renata pra colocar alguns pontos sobre a leitura de Cidade dos Ossos no meu ponto de vista. Primeiro: Ao contrario dela eu achei a escrita da Cassandra muito "infantil", até demais, acho que porque estava cheio de expectativas em volta do livro e acabei quebrando a cara. Falta de experiência deve ser um dos motivos da escrita da autora. Estão vendendo o livro como algo dark, mas não é. Acho que por isso não gostei rs. E sobre os personagens: JACE SE MATE AGORA! Por favor, faça esse bem a humanidade. E Clary pare de ser lesada. Os outros personagens são legais, Magnus e Isabelle são meus favoritos. Fora isso, o final foi surpreendente mesmo, mas não deixou vontade pra ler o segundo, tanto que nem li ainda. Minha nota seria 3.
Off

            Aliás, Jace em si é a parte chata do livro. Não sei se alguém conseguiu gostar daquele personagem, mas quando eu achava que sabia o que era um personagem insuportável, aparece Jace na minha vida de leitora. Céus. Tudo o que se pode pensar nas cenas entre o casal protagonista é que o Jace deveria morrer na próxima linha.

            No fim, mesmo com os seus Jaces e os seus clichês, Cidade dos Ossos é um bom livro. Eu não dava absolutamente nada para a história, e o recomendo. Se você também o ler com a expectativa de que será uma porcaria vai ter a mesma bela surpresa que eu (risos). A história é separada em partes – o que é desnecessário, mas enfim – e tudo acontece em um curto intervalo de tempo, pouco mais de uma semana, o que torna a leitura mais rápida. Os acontecimentos são bem encaixadinhos e fazem todo o sentido, não há muitas pontas soltas no roteiro e há um modo realista de retratar as reações dos personagens que é intrigante para um livro de fantasia. Os personagens de Cassandra Claire são muito bem feitos (até mesmo o Jace) e a história tão caprichada quanto.

            Ah, há uma única revelação em Cidade dos Ossos que invés de fazer você pensar “como se eu já soubesse disso”, te deixa com um “o que diabos...???”. Você vai encontrá-lo no finalzinho do livro, e é verdadeiramente chocante.

Boa leitura!