Pior do que conhecer um Serial Killer, é um Serial Killer conhecer você! “O Carro pertence à sua namorada.” Com essas palavras, Júlio Fontana, delegado da pacata cidade de Novo Salto, tem a vida transformada em um inferno. Pessoas próximas começam a ser brutalmente assassinadas, como parte de uma fria e sórdida vingança contra ele. Agora, Júlio terá que descobrir a identidade do responsável por esses crimes bárbaros, antes que sua única filha se torne o próximo nome riscado da lista. 72 Horas para Morrer é uma corrida frenética contra o tempo, que prenderá o leitor do início ao fim.

               O livro fala sobre o delegado Júlio Fontana que vive em uma cidade do interior aparentemente normal, até que em um belo dia de verão ele recebe a notícia que sua namorada foi encontrada morta! Quer noticia melhor para começar o dia? <3 Ao ver sua namorada e seu futuro filho (a moça estava grávida), mortos e dilacerados, Júlio entra em estado de nervos e fará de tudo pra defender a única coisa que importa para ele, sua filha. 

               A narrativa do autor, vezes em primeira pessoa, vezes em terceira, é muito bem construída nos dois formatos. Sempre nos dando detalhes, exemplos e muito mais para o melhor entendimento da história. O livro é brutal, violento, algumas cenas são horripilantes, corpos dilacerados, deformados e muito mais nos mostra a realidade e o sangue frio do assassino em questão. Júlio não fica atrás, sempre com sangue frio executa de diversas artimanhas para chegar em uma resposta pra tantas mortes de pessoas que estão próximas a ele, mas o que ele mais quer saber é Porque? Ele passa o livro todo se perguntando isso e a gente, enquanto leitor, fica se perguntando a mesma coisa ao ver coisas desnecessárias acontecendo. Fiquei pensando o porque de tanta violência, o que esse Júlio fez pelamor?

               O livro é narrado em 72 horas, mas diferente do que se pensa, não existe uma vontade de ler tudo de uma vez, não existe uma urgência, muitas vezes o livro beira ao tédio. Os personagens são bem construídos, da pra perceber uma evolução de cada um durante o passar do livro, um crescimento em relação a atitudes e pensamentos. Outra coisa que marcou foi a urgência do autor em fazer tudo muito surreal, muito violento, algumas cenas, como já disse, beira ao surrealismo, coisa que ficamos tentando achar o porque de tudo aquilo.

               É quando chegamos ao final, ah, o final. Sabe aquele livro que você lê e durante toda a leitura fica procurando uma razão razoável para tal acontecimento? Então, no final do livro o autor desconstrói totalmente qualquer razão real, ele joga uma coisa de outro mundo, literalmente, e quer que acreditamos que tudo aquilo aconteceu só por causa de uma coisa que não tem NADA a ver. Ao tentar misturar dois estilos o autor se perdeu, o livro ficou vazio, raso, faltou construção dos temas. Apesar de tudo que acontece ser surreal, o final poderia sim ser alguma coisa concreta.