Resenha #25: Rio 2054

               Tenho que admitir que terminei de ler o livro há um tempo, mas não conseguia fazer essa resenha. Não sei o motivo, mas estava sem nenhuma vontade de resenhar... Não porque o livro é ruim, pelo o contrário, é tão bom que não queria “divulgar” a história. É do tipo de livro que eu não resenharia por ciúmes, por não querer dividir com ninguém </3 Deixando meu egoísmo de lado, vamos para a resenha...


Rio de Janeiro, 2054. Três décadas após uma guerra civil que começou com a disputa pelos royalties do petróleo, a cidade se vê alvo de uma nova ameaça. Um velho jogo de intrigas e espionagem industrial entre as multinacionais que controlam a cidade ganha novos contornos quando uma perigosa jovem com poderes psíquicos surge nos guetos. Alheio a tudo isso, Miguel é um jovem sem grandes pretensões. Morador de uma região abandonada no pós-guerra, ele sobrevive catando restos de tecnologia e tem uma vida despreocupada. Sem saber o que o destino lhe reserva, ele é convidado para assistir a um duelo de motoqueiros e acaba se tornando o pivô de uma disputa que pode mudar o Rio para sempre. Num lugar onde o bem e mal se confundem, Miguel terá que desvendar os segredos de uma misteriosa inteligência artificial e, para proteger aqueles que ama, bater de frente com as poucas pessoas dispostas a salvar o que resta do Rio de Janeiro. Sem saber que lado escolher, caberá a ele decidir o futuro de uma cidade partida pela ganância.
Nota:

               Então, o livro narra à história do Miguel, um garoto normal que vive na parte pobre, apelidada de Escombros, do novo Rio de Janeiro. O ano é 2054, depois de uma guerra civil por royalties, a cidade se vê destruída e separada em Rio Alfa (parte rica) e Rio Beta (parte pobre), agora é governada por três multinacionais que só reforçam essa separação. Miguel sobrevive do jeito que dá, ele é um garoto, diferentes de outras pessoas dos Escombros, sem muitas ambições, só deseja viver a vida do jeito mais simples que poder.
               O livro já começa de uma forma tensa. Com um prólogo meio assustador o autor nos joga em seu mundo distópico. Dois ladrões, cargas milionárias, muitas mortes e uma garota “inocente”, esses são os ingredientes de um prólogo perfeito (aprendam). Fiquei meio assustado e ao mesmo tempo animado para saber do que se tratava tal história, então nos primeiros capítulos vemos as coisas mais normais. Somos apresentados a Miguel em seu esconderijo, o antigo centro da cidade que agora está abandonado. Seguimos ele através dos Escombros e descobrimos a real situação do lugar e da vida do próprio Miguel. Assim como os Escombros, a vida do garoto, apesar de normal, se encontra bagunçada e principalmente destruída pela sua ex-namorada.
               A história aborda vários assuntos, desde o romance do Miguel e sua ex-namorada, até o crime organizado dentro dos Escombros, passando por gangues de motoqueiros, pessoas com habilidades paranormais e inteligências artificiais. Quem me conhece sabe que tenho uma queda enorme por histórias de robôs <33 e quando Alice, a IA do livro, apareceu eu fiquei “OMG!”. Apesar dos assuntos diferentes o autor soube exatamente como encaixar tudo e deixar com sentido. Falando no estilo do autor, percebi constantemente a preocupação do Jorge em explicar o que aconteceu antes, nos tempos de guerra, e isso não foi uma coisa chata, foi até legal. E deu pra perceber a influência dos mangás/ficção-científica que o autor tanto ama em sua história, principalmente em alguns personagens como Alice (lembrei do anime Chobits) e em várias cenas de ação, que tive a impressão de estar vendo uma anime. Ele usa de uma escrita objetiva e direta, um pouco simples, mas ainda sim eficiente. A história é cercada por uma vibe super juvenil, com pitadas de ação, aventura e mistérios. É um prato cheio pra quem curte o gênero, além de abordar diversos assuntos como desigualdade social, preconceito de diversos tipos, consumo de drogas, crime e muito mais.
               Provavelmente o único pecado do autor é não se aprofundar, comparando com outras distopias, no absolutismo do governo sobre os seus habitantes. Apesar das três multinacionais que controlam a cidade rigorosamente mostrarem sua preocupação em manter tudo como está, eu senti falta de uma opressão maior, algo mais agressivo. Ah, outra coisa que me incomodou foi o final meio “paz e amor”, poderia ser mais dramático, apesar de ter uma cena super ))): que quase chorei, mas enfim.
               Recomendo muito o livro, é uma história infanto-juvenil que tem muito pra ensinar pra qualquer pessoa. O autor aborda muito as diferenças sociais no seu livro, e isso é uma coisa que vivemos todos os dias. PELAMOR ALGUÉM FORÇA O JORGE A ESCREVER UMA SEQUÊNCIA PFVR!1!!1!1 Sério, eu preciso de uma continuação, é do tipo de história que p-r-e-c-i-s-a de mais páginas para serem lidas. Apesar do final deixar no ar o que vai acontecer, o que descarta a necessidade de uma sequência, mas whatever. Se não uma sequência, quem sabe um prelúdio explicando a guerra hein Jorge? *0* Para quem quiser ficar por dentro de tudo que rola com o livro/autor e até mesmo comprar o livro, aqui tem uns links bem úteis, corre lá!





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3 Comentários

  1. Unknown says:

    Cara, eu quero muito ler esse livro! Depois dessa resenha, quero mais ainda!
    Beijos,
    http://refugiodarealidade.blogspot.com.br/

  2. Olá Letícia,
    O livro é super legal, cheio de aventura e mistérios, recomendo!
    Obrigado por comentar, volte sempre :)

  3. Nossa, to morrendo de vontade de ler esse livro desde que vi a capa, pela 1ª vez! Juntar distopia com a Cidade Maravilhosa (nem tão maravilhosa assim há algum tempo...) é algo que quero muito ver. A sinopse promete um enredo daqueles e acho que deve dar uma grande leitura, mesmo com as falhas inevitáveis. :)


    ssentrelivros.blogspot.com.br

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