Resenha #17: Cisne


Agora que o blog ta de cara nova, vamos de resenha nova! Estou aqui pra resenhar o livro "Cisne". Um livro que me surpreendeu, quebrou minhas barreiras de leitura e me fez admirar uma obra tão complexa, mesmo que tendo dificuldade para lê-lo devido ao número de páginas. Confiram a sinopse e depois vamos a resenha!

Ninguém sabe exatamente quais são os critérios de seleção da Escola Avançada de Champ-Bleux, mas não há como discutir sua eficácia. Seus exames de ingresso não erram nunca! Entre milhares de candidatos de todos os pontos da Terra, apenas duzentos e cinquenta são escolhidos a cada semestre. E, num mundo onde ser cientista é o maior status que alguém pode desejar, a Escola Avançada de Champ-Bleux forma aqueles que são disputados a peso de ouro. Doris e Henry Melbourne são cientistas formados por Champ-Bleux. Aparentemente, são biólogos marinhos. Aparentemente, suas vidas se centram no Cisne, barco de pesquisas onde moram com os filhos. E, também aparentemente, são terráqueos... Seus filhos acreditam em todas essas aparências – ao menos por enquanto. Seguindo os passos dos pais, os jovens Melbourne fizeram os exames de ingresso para Champ-Bleux. Enquanto, cheios de expectativa, aguardam os resultados para saber se ao menos um deles entrou na Escola Avançada, veem-se envolvidos numa questão diplomática entre Terra e Tarilian, o único outro mundo habitado que os terráqueos conhecem. Inesperadamente, o futuro das relações entre os dois mundos vai ser decidido em um barco no meio do oceano! Mal sabem eles que isso é apenas o começo... Logo precisarão decidir pela Terra inteira!
Nota

               Como a sinopse mostra, o livro é cheio de mistérios, alguns eu nem esperava existir. Muitos segredos são revelados durante a narrativa, com diálogos inteligentes e bem escritos. Personagens que evoluem ao decorrer do livro. Tudo em perfeita harmonia com a imensa criatividade da autora.
               O livro já começa com uma espécie de "prólogo" muito bem escrito, o velho "Era uma vez...", aparece aqui para nos apresentar ninguém menos que a nossa velha Terra.
Poucos sabiam que aquele era, realmente, o mundo das lendas; a partir dessas lendas, acreditavam compreender o que era aquele mundo. Outros, cujo número podia ser contado nos dedos das duas mãos, tinha uma ideia mais exata. 
E, finalmente, havia os que realmente sabiam. 
O nome do mundo? Não podia ser mais comum. 
Chamava chão, solo, pedra, areia. 
Chamava Terra. - Página 7
               O Cisne é um barco de pesquisas aquáticas, comandado pelos doutores Henry e Doris Melbourne. O casal possui uma "penca" de filhos, Ted, Teo, Tim, Tom, Lis, Pam, Bobby e Peggy, sendo a ultima adotiva. Todos vivem juntos no Cisne, onde viajam pelos mares. Todo ano o barco visita a cidade de Porto Alto, onde os Melbourne são tratados como reis pela extrema simpatia da família, o que os diferencia dos demais cientistas. Paralelamente a isso, temos a Escola Avançada de Champ-Bleux, a escola responsável por formar os maiores cientistas da Terra (Inclusive Henry e Doris). Seguindo os passos dos pais, todos os filhos dos Melbourne fizeram os exames e esperam ansiosamente os resultados.
               Depois dos Melbournes se instalarem em Porto Alto, começamos a adentrar na história. Descobrimos que a Terra não é a mesma, quero dizer, agora ela tem ligações políticas e sociais com um novo planeta situado do outro lado do sol. Taralian foi descoberto por alunos formados pela Champ-Bleux e desde então a Terra mantem uma espécie de intercâmbio de alunos com Taralian, dividindo assim, suas tecnologias e conhecimentos. E é aí que uma das partes da história entra, a possível guerra "Terra contra Taralin" por tecnologia, guiada pelo preconceito de ambas as partes para com o outro planeta.       
               Selecionado aparentemente como por acaso, o Cisne tem a obrigação de receber três jovens taralianos, sendo eles, dois alunos e um repórter, para que os jovens possam concluir o intercâmbio. Temos mais um personagem acrescentado, Jean é o repórter terrestre responsável por passar informações do Cisne para todo o resto da Terra.
               Depois de muitas discussões entre Terra e Taralian, ao ponto da demissão dos Melbournes do controle cientifico ser cogitada, entre outros acontecimentos, temos o verdadeiro começo do livro. A partir da página 400, mais ou menos, a autora começa a soltar pistas e informações da verdadeira história do livro.
Descobrimos que os Melbournes não são quem aparentam ser, e principalmente, descobrimos que Peggy é uma criança especial e ela não é a única. Descobrimos a existência de crianças com dons especiais, que passaram em Champ-Bleux e são treinadas psicologicamente para a mesma. E eu adorei a forma que essas crianças foram apresentadas, cada uma com seus segredos.
               Vou parar de falar da história, porque se não vou acabar revelando os segredos da família Melbourne e companhia. Agora vou falar sobre a escrita a autora etc. Como todos os outros, o livro tem seus defeitos, apesar das 832 páginas, tem um grande problema nas discrições de lugares e situações. Outra coisa que me incomodou foi o uso de gírias e palavras do cotidiano, sei que é uma forma de aproximar o leitor da história, mas algo me incomodou. Provavelmente o único problema grande que enfrentei foi  que eu nunca tinha lido algo com mais de 600 páginas, tive dificuldades nesse quesito. Já os diálogos  são bem trabalhos e os personagens vão evoluindo ao decorrer do livro. Algumas cenas foram realmente lindas, dava pra imaginar o Cisne navegando pelas águas dos mares perfeitamente. E a narrativa da Eleonor é tão doce, tão fofa, que as vezes eu sentia como se estivesse ouvindo a história  narrada por uma avó em frente a uma lareira.

– Sim, é isto que ele é: invencível. Sabe por quê? Não porque vença sempre, já perdeu diversas batalhas, este moço. É invencível porque nunca desiste de lutar. Não se pode vencer alguém assim. – Página 393

               A história é super original, são temas existentes, claro, mas abordados de uma forma nunca vista antes (não por mim). A Eleonor se mostrou super criativa, escrevendo uma coisa de tamanha magnitude. Criando novos mundos, pessoas com poderes telecinéticos e muito mais. Personagens favoritos: Peggy, Tim, Henry., Michele e Anton, no começo gostava de Jean também, mas ele perdeu foco na história. Adorei a Michele e o Anton em especial, eles foram um casal até que interessante e prevejo que ele tem muitos segredos a ser revelado, levando em conta sua origem. Peggy é a "Madame Confusão", então, da pra esperar muita coisa dela no segundo livro, se nesse ela já mexeu na vida de muita gente, é só esperar as próximas vitimas.Todos os personagens são magnificamente trabalhos pela Eleonor, até mesmo o Bobby, filho mais novo de Henry e Doris, tem sua história e seus momentos importantes. O livro tem muitos núcleos de historia e aborda várias questões como família, politica, preconceito, imprensa, de tudo um pouco. A escrita da Eleonor é super divertida  tem seus momentos sérios, e as vezes me lembrou Isaac Asimov em algumas partes, isso me deixou animado para ler. Agora falando sobre a capa, edição, etc. O desenho da capa é muito bonito, mas não mostra quase nada do livro, poderia ser algo que remetesse a mundos e outras coisas da história e senti falta das orelhas do livro :(. Falta de travessão no inicio das narrativas incomodou um pouco, o excesso de exclamações também, mas ao longo do livro eu me acostumei. O livro é super bem diagramado, com quase nenhum erro ortográfico.
               O final deixa um "Quero mais D:" e você fica na expectativa de descobrir os novos segredos daquela turma. A autora me cedeu um pedacinho do segundo volume, "Linhagens", só o começo, o "Era uma vez..." e eu AMEI. Sério, continua perfeito, muito bem escrito, já da pra perceber uma evolução na escrita dela e só essas duas páginas me deram algumas (poucas) respostas e MUITAS perguntas. O jeito é esperar!
               Apesar de tudo, o livro é realmente magnífico, bem escrito e interessante. Me fez ficar com vontade de ler mais Literatura Nacional, coisa que não fazia antes, e já estou em busca de mais! Aconselho a vocês lerem, veja nosso post de apresentação do livro e saiba onde comprar. Quero agradecer mais uma vez a Eleonor, que foi super simpática comigo, pela parceria e espero que tenha gostado da resenha, tentei ser o mais sincero possível. Desejo muito sucesso a você, pois você merece, essa sua história precisa estar na estante e nos corações de muita gente! E que venha "Linhagens", segundo volume da série, que promete muitas aventuras dentro da Escola Avançada de Champ-Bleux e muitos segredos revelados.


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