Resenha #16: Cidade de Vidro
Em Cidade de Vidro, terceiro volume da série “Instrumentos
Mortais”, de Cassandra Clare, Clary finalmente vai até Alicante procurar
respostas. E encontra verdades que não gostaria de conhecer.
O terceiro volume da série Instrumentos Mortais é Cidade de Vidro, publicado no Brasil pela Galera Record. O livro tem 474 páginas, e é onde as perguntas propostas pelas edições anteriores são respondidas.
Finalmente conhecemos Alicante, a capital dos Caçadores das Sombras.
Finalmente conhecemos Alicante, a capital dos Caçadores das Sombras.
Com Valentim se
tornando um perigo sério, os Caçadores das Sombras de todo o mundo se reúnem para
discutir o assunto e tomar uma decisão. Clary precisa encontrar Ragnor Fell, um
feiticeiro que reside naquela cidade e é o único que pode lhe ajudar a tirar a
sua mãe do coma. Mas Jace não quer que os dons de Clary para criar novos
símbolos seja descoberto pela Clave, temendo que a usem como arma, e a abandona
em Nova York. Então, Clary cria um portal sozinha e leva a si mesma e a Luke
para Alicante, A Cidade de Vidro, onde entram ilegalmente.
Os momentos
mais cruciais da história até então são apresentados nesse volume: Clary e Jace
descobrem quem eles são, Valentim revela seus verdadeiros planos sombrios, e o
ataque à cidade é iminente. Os exércitos demoníacos de Valentim derrubam as
proteções milenares que impedem que demônios entrem em Alicante e a guerra
entre os Caçadores das Sombras e os demônios de Valentim tem início.
É também aqui
que a série Instrumentos Mortais perde o seu caminho. O livro passa a focar
exclusivamente no romance proibido entre Clary e Jace, gastando páginas e mais
páginas de declarações de amor, diálogos açucarados e uma dramaticidade digna de
ter uma citação de Stephanie Meyer na capa. Não foi apenas por ser o maior
livro da saga que me demorei mais a terminar de ler Cidade de Vidro: ele é
também o mais chato, por ser muito fixado nas tramas amorosas. Cria situações
forçadas e conversas sem sentido que não acrescentam nada à história. Mesmo
Magnus Bane e Alec Lightwood, um casal por quem tenho algum apreço já que
Magnus é meu personagem favorito, se tornam intragáveis. Cidade de Vidro faz
Instrumentos Mortais cair na mesmice e o entrega às prateleiras de triângulos
amorosos vazios. Clary, uma protagonista fraca, mas nada que não pudesse ser corrigido
com boas cenas, cai em desgraça e se torna tão irritante quanto o seu irmão/par
romântico. O caminho que a história leva aqui me deixou bastante decepcionada.
Mas nem tudo
são espinhos. O livro tem as suas flores.
Apesar dos
pesares, mantem a dinamicidade dos volumes anteriores e é um livro prático,
divertido, simples. Valentim é desenvolvido a fundo, e convence como vilão ganhando
a minha atenção e o meu apreço (geralmente eu me apego aos vilões, e em nenhum
momento até então tinha sentido afeição por Valentim, o que agora sinto). Os
personagens novos são interessantíssimos, principalmente Sebastian Verlac, e a
autora consegue pela primeira vez criar revelações que não eram óbvias desde o
começo – uma delas me fez voltar às páginas anteriores para reler as cenas.
No final,
Cidade de Vidro se encontra novamente e consegue um desfecho que foi o mais
surpreendente de todos os livros até agora. Sinceramente, fiquei me perguntando
como diabos a autora espera continuar os livros da saga depois daquele encerramento
revoltante.
Algo me diz que
teremos grandes reviravoltas na trama nos próximos volumes. Só posso esperar
que a autora não continue se perdendo em passagens açucaradas e siga no tom
agonizante que o final de Cidade de Vidro apresenta ao leitor. Insistirei na
série, apesar de todos os espinhos, e espero encontrar mais algumas rosas.
Nota:
Renata Nolasco
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